CONCERTO ABERTURA | AROUND CLASSIC
As composições para cravo ocupam um lugar muito especial no legado de Johann Sebastian Bach, em particular os concertos, formato iniciado por este compositor e que não existia anteriormente uma vez que, normalmente, era confiada a função de acompanhamento àquele instrumento. Neste concerto será abordado repertório que abriu caminho ao imenso protagonismo que o piano moderno veio a ter mais tarde.
A maioria das composições para cravo de Johann Sebastian Bach não foi escrita para satisfazer compromissos, contrariamente ao que acontecia quando se tratava de orquestra, órgão ou obras corais. Sendo o cravo o seu instrumento, o próprio interpretava essas obras em diversas ocasiões. Podiam ser exercícios destinados à aprendizagem dos seus filhos, como exemplo O Cravo Bem Temperado, ou demonstrações de virtuosismo destinadas a cativar o interesse de um potencial mecenas. Podiam, ainda, servir de pretexto para ensaiar soluções técnicas e estilísticas inovadoras, para lá da oportunidade de se recrear a seu belo prazer. Os concertos para cravo enquadram-se nesta última categoria.
Em Leipzig, onde veio a ser o principal responsável pela música vocal das igrejas da cidade, assumiu durante mais de dez anos a liderança do Collegium Musicum, uma associação de músicos profissionais e amadores que se reunia semanalmente para tocar em conjunto. Aí, Bach tinha a liberdade para criar mais livremente, e foi, precisamente, para onde compôs os concertos para cravo e orquestra – sete com um único solista (BWV 1052-58), seis para dois, três ou quatro cravos, e um triplo concerto para flauta, violino e cravo. Todos estes concertos resultavam de adaptações de composições anteriores, concertos para violino ou outros instrumentos.
Sessões
- Sexta-feira, 30 de maio | 21:00 | Sala Manoel de Oliveira