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LEFFEST - Lisboa Film Festival

Kafr Kassem

“No período entre o massacre de 1956 e o ano de 1973, em que Borhan Alaouié e a sua equipa rodaram o filme Kafr Kassem, interrogamo-nos: o que restou do massacre com o mesmo nome? Como é que este acontecimento pode ser representado e utilizado para apoiar a luta dos povos árabes contra os seus opressores, em particular o povo palestino? O que será que permanece de um acontecimento definido como um massacre, registado como um trauma na memória colectiva do mundo árabe e condensado no eco ressonante de um nome – Kafr Kassem – um nome que se tornou lenda, poema ou mito? Como é que as camadas de narrativas em torno deste massacre, os vestígios da memória e as inúmeras vezes que foi narrado moldaram a sua essência, tal como tem sido repetidamente descrita, desdobrada e reiterada? São estratificações, emaranhados de palavras e factos, mas o fundamento perdura. (…)

“Não queríamos criar um espectáculo sangrento, como os artistas burgueses tendem a fazer; queríamos dar um sentido a este massacre”, declarou Borhan Alaouié. (…) A partir daí, o desafio parecia residir nesta questão: como transformar o sangue num símbolo, fazer dele uma força? Mas primeiro, um símbolo de quê? E, para o inimigo, antes de se tornar sangue, de que é que Kafr Kassem era um símbolo?”

Jean Narboni, em “Le sang changé en signe” (Kafr Kassem), Cahiers du cinéma nº256, Fevereiro – Março 1975

 

 

“From 1956 to 1973, as Borhan Alaouié and his team filmed the movie Kafr Kassem, one wonders what remains of the massacre that shared its name? How this event can be represented and used to support the struggle of the Arab peoples against their oppressors, particularly the Palestinian people? Whatever remains of an event defined as a massacre, recorded as trauma in the collective memory of the Arab world, and condensed into the resonant echo of a name—Kafr Kassem—a name that has become legend, poem, or myth? How have the layers of narratives surrounding this massacre, the traces of memory, and the countless retellings shaped its essence, as it has been repeatedly described, unfolded, and reiterated? These are stratifications, entanglements of words and facts, yet the foundation endures. (…)

“We did not want to create a bloody spectacle, as bourgeois artists tend to do; we wanted to make this massacre meaningful,” Borhan Alaouié declared (…) From that point on, the challenge seemed to lie in this question: how to transform blood into a symbol, to make it a force? But first, a symbol of what? And, for the enemy, before it became blood, what was Kafr Kassem a symbol of?”

Jean Narboni, in “Le sang changé en signe” (Kafr Kassem), Cahiers du cinéma nº256, February – March 1975

Sessões

  • Sexta-feira, 15 de novembro | 21:00 | Sala 2
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Ficha técnica

  • Realização Borhane Alaouié
  • Atores Abdallah Abbassi Ahmad Ayub Salim Sabri Shafiq Manfaluti Charlotte Rushdi Zaina Hanna Intissar Shammar
  • Ano 1975
  • País SY

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