Cinema São Jorge
agenda
FESTA DO CINEMA ITALIANO
Festival
de 12/04 a 21/04
A Festa do Cinema Italiano é o acontecimento mais importante em Portugal dedicado à cultura italiana promovendo, além do cinema, música, literatura, arte e eventos gastronómicos.Em Lisboa, o festival realiza-se de 12 a 21 de abril, no Cinema São Jorge, no UCI El Corte Inglés, na Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema e, pela primeira vez, no recentemente reaberto Cine-Teatro Turim, em Benfica.
O Sol do Futuro
FESTA DO CINEMA ITALIANO
Sessão de festival
17/04
16:30
Com este filme, Moretti demonstra que ainda acredita no cinema. E dança, e canta ao som das notas de uma apoteose pungente. E nós com ele.Giovanni, um realizador italiano dividido entre uma mulher em análise e um produtor à beira da falência, deixou de acreditar no futuro. À imagem do seu protagonista, figura de proa da Unidade e da secção comunista de Quarticciolo, quer "acabar com tudo", com o mundo a avançar numa direção obstinadamente contrária.O Sol do Futuro é o fim e o princípio de alguma coisa, uma espécie de apoteose em que o autor materializa o seu pensamento sem entraves, se lança em breves e requintados discursos contra a violência no cinema, contra as plataformas, os sabots, a improvisação, Estaline, reduz a presunção, pede à mulher que não o deixe e, de repente, começa a cantar, a dançar, a dar pontapés numa bola. Deixa-se levar pela música e nós vamos com ele, os seus actores vão com ele, numa cortejo meta-cinematográfica morettiano.Giovanni, um realizador italiano dividido entre uma mulher em análise e um produtor à beira da falência, deixou de acreditar no futuro. À imagem do seu protagonista, figura de proa da Unidade e da secção comunista de Quarticciolo, quer "acabar com tudo", com o mundo a avançar numa direção obstinadamente contrária.O Sol do Futuro é o fim e o princípio de alguma coisa, uma espécie de apoteose em que o autor materializa o seu pensamento sem entraves, se lança em breves e requintados discursos contra a violência no cinema, contra as plataformas, os sabots, a improvisação, Estaline, reduz a presunção, pede à mulher que não o deixe e, de repente, começa a cantar, a dançar, a dar pontapés numa bola. Deixa-se levar pela música e nós vamos com ele, os seus actores vão com ele, num cortejo meta-cinematográfica morettiano.
LONGE DE ABRIL
FESTA DO CINEMA ITALIANO
Sessão de festival
17/04
18:00
INTERCÂMBIOSItália e Portugal em diálogo cinematográfico. Realizadores Italianos a filmar em Portugal.A luta dos trabalhadores rurais vista pela objetiva dum fotógrafo.Em 1975, um fotógrafo italiano testemunhou com a sua objetiva, a luta dos trabalhadores rurais de uma pequena aldeia perdida entre a lezíria ribatejana e a planície alentejana. A aldeia do Couço, hoje vila, dava por esses dias mais um passo na luta pelos direitos dos trabalhadores de não passarem fome e de saírem da miséria em que sempre viveram. Tomaram as terras dos grandes proprietários e tornaram-nas produtivas. Alguns latifundiários concordavam com a medida, mas a maioria classifica ainda hoje de ocupação selvagem o movimento que ficaria para sempre conhecido como Reforma Agrária. Fausto Giaccone, o fotógrafo de Milão que testemunhou esses tempos de grandes expectativas, de conturbadas rebeliões de um Portugal novo e de uma democracia frágil, regressa ao Couço 35 anos depois para reencontrar os protagonistas ainda vivos.
Estranho Amor
FESTA DO CINEMA ITALIANO
Sessão de festival
17/04
19:00
Giuseppe Fiorello retrata uma Sicília de contrastes, tanto na paisagem única como na mentalidade das pessoas. No centro da narrativa está a pureza de uma amizade e de um amor que floresce num ambiente repleto de tradições e preconceitos.Enquanto Gianni entrega uma encomenda a um cliente é atropelado por Nino, desencadeando uma amizade que poderá evoluir para algo mais profundo. No entanto, a Sicília rural dos anos 80 não é o lugar ideal para uma relação assim. Dedicado a Giorgio e António, vítimas do crime de Giarre em 1980, na província de Catânia, Stranizza d'amuri transporta-nos para uma jornada nostálgica e comovente. Mas não é apenas um filme sobre denúncias, mas sim um hino à vida e à liberdade de amar a si próprio, numa narrativa que nos envolve e nos emociona profundamente.O resultado é um filme poeticamente inesperado, genuíno e comovente, que recusa escolhas fáceis e simplificações maniqueístas. Não há bons nem maus, apenas uma história de amor multidimensional capaz de desafiar um sistema de valores estabelecido.
Comandante
FESTA DO CINEMA ITALIANO
Sessão de festival
17/04
21:30
De Angelis reivindica com ambição e coragem o resgate como um valor fundamental da identidade italiana. Filme de abertura do Festival de Veneza, Comandante retrata a história verídica de Salvatore Todaro, comandante do submarino Cappellini da Real Marinha de uma Itália fascista. Durante a II Guerra Mundial, o submarino italiano afunda um navio belga como retaliação, mas o Comandante Todaro decide salvar os náufragos, prendendo-os ao seu submarino e arrastando-os até ao porto neutro e seguro de Santa Maria, nos Açores. Todaro aceita o risco de navegar emergido até ao destino porque a lei do mar é mais importante para ele do que a lei da guerra. Pierfrancesco Favino mantém-se firme no comando de uma história por vezes didática e grandiosa, cujo potencial cringe é notável nesta era de cinismo e desilusão. Apesar do risco de ser confundido com uma retórica superficial em torno do nacionalismo, o filme é na verdade um cavalo de Tróia, uma vez que a mensagem contida na sua embalagem colossal e bélica caminha numa direção obstinadamente contrária.
Disco Boy
FESTA DO CINEMA ITALIANO
Sessão de festival
17/04
21:45
Na sua primeira obra, Abbruzzese apresenta-nos um filme que vai além dos padrões habituais, mergulhando profundamente nos traumas deixados pela guerra no subconsciente humano.Galardoado com o Urso de Prata para Melhor Contribuição Artística no Festival de Berlim, este filme transporta-nos para um universo onde os fantasmas são manifestações tangíveis das memórias dolorosas, assombrando aqueles que vivenciaram o conflito de forma visceral. Com uma atuação marcante de Franz Rogowski no papel de Aleksei, um bielorrusso que foge para França e se inscreve na Legião Francesa, somos levados a questionar o próprio sentido da existência. Este não é apenas mais um filme sobre estruturas militares e hierarquias rígidas; Abbruzzese segue os passos daqueles que, como Clint Eastwood com Flags of Our Fathers e Letters from Iwo Jima, mostraram a guerra sob perspetivas opostas, desafiando-nos a refletir sobre as complexidades do conflito e os seus impactos duradouros na psique humana.A acompanhar este devaneio mágico está uma poderosa banda sonora do músico electrónico Vitalic, que ajuda a transformar a discoteca num lugar de transcendência que se torna no destino final para aqueles que mantêm a sua visão firmemente colocada no horizonte sagrado da utopia.