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História

1946

29 de maio

A 29 de maio foi criada uma Sociedade entre o industrial João Rocha Júnior e a empresa Rank British Picture Corporation, de J. Arthur Rank, que se dedicava à produção, distribuição e exibição cinematográficas. Assim nasce a Sociedade Anglo-Portuguesa de Cinemas, Lda com o propósito de construir e explorar um cinema em Lisboa que fosse capaz de se tornar «na primeira casa de espetáculos da capital».

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1946

28 de novembro

É formalizada a compra de um «prédio situado na Avenida da Liberdade com o valor matricial de seiscentos e vinte e sete mil, novecentos e vinte escudos» pela Sociedade Anglo-Portuguesa de Cinemas.

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1947

26 de dezembro

A Câmara Municipal de Lisboa aprova o anteprojeto do arquiteto Fernando Silva que visa a edificação do futuro Cinema São Jorge.

A empresa construtora do Cinema foi a Casa Tiago, a responsabilidade dos cálculos coube aos engenheiros Nuno Abrantes e Fernando Bonjardino, a iluminação ao engenheiro João Maria do Amaral e a instalação do aquecimento e ar condicionado a cargo da empresa inglesa Wright & Co.

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1949

Maio

Em maio, a Sociedade Anglo-Portuguesa de Cinemas dava entrada nos serviços da Câmara Municipal de Lisboa um pedido de licença para alteração do projeto inicial do Cinema. Muitos dos problemas prendiam-se com as extraordinárias inovações prometidas pela sala, nomeadamente a introdução de aparelhagens de “ar condicionado, aquecimento, vácuo e eletricidade” como nunca se tinham visto em Portugal. E à medida que os trabalhos avançavam, tornou-se óbvio que o terreno disponível não era suficiente para a construção do edifício tal como previsto e foi necessário solicitar a cedência de um terreno camarário nas traseiras do Cinema, na Rua Júlio César Machado. Tratava-se de um terreno de “24 metros quadrados e 93 decímetros quadrados”, ao qual foi atribuído o valor de 99 720 escudos e que a Sociedade Anglo-Portuguesa de Cinemas conseguiu adquirir para alargar o projeto inicial.

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1950

26 de janeiro

A Sociedade Anglo-Portuguesa de Cinemas submete a apreciação, por parte da Câmara Municipal de Lisboa, da conclusão das obras do edifício situado na Avenida da Liberdade, segundo o projeto do arquiteto Fernando Silva. A sua construção dotou-o de vestíbulo de entrada, foyers, sala de espetáculos, escadas secundárias e saídas complementares, instalações sanitárias para homens e senhoras, serviços administrativos, cabine de projeção e dependências anexas, vestiários e instalações sanitárias do pessoal, ar-condicionado, aquecimento e fachadas. Existia ainda um órgão elétrico que subia hidraulicamente desde a cave até ao palco, algo totalmente inovador no país. A sala de cinema tinha capacidade para cerca de 1827 pessoas, 913 na plateia e 914 nos três grupos de balcão – fazendo dela a maior sala do país.

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1950

18 de fevereiro

A revista Arquitetura nº35, concluía sobre a obra que «Com todos os quês que se possam pôr a este edifício não deixa por isso de ser uma obra de real valor, valor que cresce posto em equação com o nível atual de nossas obras e que lhe garante um lugar de destaque entre os edifícios congéneres». O Cinema São Jorge encontrava-se concluído e pronto para receber público.

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1950

22 de fevereiro

A primeira de três inaugurações do Cinema São Jorge.

 

Neste dia a inauguração foi dedicada a toda a equipa que fez parte da construção, e contou com a presença do Sr. Green, um dos diretores do Cinema, que elogiou todo o esforço e dedicação dos operários para “erguer e embelezar o edifício”. Para além daqueles que construíram o Cinema, estavam também as suas famílias e outros convidados que puderam assistir a «alguns filmes de complemento – atualidades e desenhos animados» e à estreia do filme ‘Os Sapatos Vermelhos’, de 1948, da dupla britânica Michael Powel e Emeric Pressburguer –  claro está que tinha de ser um filme inglês, não fosse a distribuidora do São Jorge a Rank. O público também ouviu o músico da BBC, Gerald Shaw, tocar alguns trechos de música «sinfónica, de ópera e ligeira, sendo muito aplaudido». A dois dias da abertura oficial, os jornais já antecipavam a modernização desta construção. O ar condicionado e o órgão elétrico marcaram a imagem do São Jorge.

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1950

23 de fevereiro

Considerado o dia da «grande gala inaugural», uma vez que foram convidadas as grandes figuras do Estado.

 

Apesar do Chefe de Estado, António de Oliveira Salazar, ter sido convidado, não marcou presença. No seu lugar apareceu a sua esposa e o seu representante o Sr. Comandante Nuno de Brion. Também marcaram lugar na plateia de quase dois mil lugares, o embaixador da Grã-Bretanha e a Senhora de Fragoso Carmosa, segundo a Revista ‘Flama’ de 3 de março de 1950.  Neste dia ouviu-se o hino de São Jorge, em homenagem ao santo, o hino “A Portuguesa”, mas foi o hino “God Save the King”, da Grã-Bretanha, que mereceu um maior destaque. À semelhança do dia anterior, os convidados também ouviram alguns trechos de músicas tocados por Shaw no órgão elétrico e assistiram ao filme ‘Os Sapatos Vermelhos’. Várias foram as instituições beneficiadas neste dia – Fragata «D. Fernando», patrocinada pelo ‘Diário de Notícias’; a Colónia Balnear Infantil de ‘O Século’; a Casa do Gaiato (obra do padre Américo) e as Oficinas de S. José. No bilhete tinha a indicação de que “As receitas provenientes do aumento do preço destinam-se a beneficência”, por exemplo, para o balcão de luxo o preço, nesse dia, foi de 200 escudos.

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1950

24 de fevereiro

Abertura do Cinema São Jorge ao público.

 

Foi exibido, mais uma vez, o filme ‘Os Sapatos Vermelhos’, e nos jornais as críticas eram ferozes em relação à legenda, escrevia-se no ‘Diário de Notícias’ – «as legendas portuguesas do filme apresentam-se com indigência e falta de precisão a que o público infelizmente se vai habituando». Não obstante, o filme foi muito bem recebido naquela que era a nova maior sala de cinema do país. O jornal ‘República’ referiu que «Embora, nem sempre as plateias apreendam o espírito de uma obra cinematográfica, o certo é que o filme ontem estreado constituiu um maravilhoso espetáculo de beleza». Claro está que no intervalo do filme foi possível ouvir também o órgão elétrico, que subia hidraulicamente desde a cave até ao palco com uma bela iluminação feérica, tocado por Shaw, que executou algumas composições tais como «Bolero» de Ravel, o samba «Cavaquinho» do filme Melody Time e a «Rapsódia Húngara Nº 2» de Liszt.

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1951

23 de fevereiro

Primeiro aniversário do São Jorge.

 

No programa de edição especial comemorativa do 1º aniversário lia-se:

«Faz no dia 23  do corrente precisamente um ano em que se abriram, de par a par, pela primeira vez ao Público, as portas do cinema São Jorge. O Público notou, então, estar em presença de uma das mais magníficas e confortáveis casas de espectáculos da Europa. Um ano depois desse triunfal dia de inauguração, honra-nos muito ter a satisfação de poder afirmar que a nossa sala, além das qualidades já apontadas, é, também, uma das mais frequentadas da capital. E tudo isto… porque trabalhámos, persistentemente, para quem sempre nos acompanhou desde a primeira hora, e não perde, por sistema, um único programa dos que lhe vamos apresentando semana após semana. Apráz-nos registar, ao fim de 1.095 sessões, e numa visão retrospectiva, que lado a lado com a exibição de puras comédias realizadas somente para mero deleite do espectador, demos-lhe a conhecer também algumas das mais representativas obras do Cinema. «Sapatos Vermelhos», iniciando a nossa série de produções inglesas, foi um filme aplaudido em todo o mundo. A sua arrojada concepção, que exigiu uma montagem e um trabalho de laboratório do mais difícil que se possa imaginar, deram brado, e muito contribuíram para qua a película fosse distinguida com oito primeiros prémios em vários festivais cinematográficos. «The Red Shoes» marcou bem uma gloriosa etapa da 7.ª Arte, e foi o primeiro auspicioso filme a ser projectado na nossa tela. Pouco depois, seguiram-se-lhes as inesquecíveis produções «Quartet», «Oliver Twist», «8 vidas por um titulo», «Scott in Antartic», «Annie get your gun», «On the town», etc., que foram outros tantos êxitos artísticos.

Especial referência merece igualmente o facto de ser o São Jorge a sala escolhida para exibir pela primeira vez em Lisboa o filme mais dignificante da indústria portuguesa: «Frei Luis de Sousa». Tudo isto define claramente a nossa posição: continuar a bem servir o Público da capital, proporcionando-lhe, além daquele número indispensável de comodidade e conforto, programas cinematográficos que primam pela qualidade e selecção. No limiar do segundo ano, cumpre-nos, pois — e uma vez mais —, pôr na maior evidência o nosso lema de exibidores:

«Os melhores filmes, no melhor cinema do País».

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1951

Atribuição do Prémio Municipal de Arquitetura. O São Jorge é a maior sala de cinema do país, afirmando-se como umas das grandes «catedrais».

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1951

1 de dezembro

Inauguração da “Árvore de Natal para creanças pobres” no Cinema São Jorge. Esta inauguração contava, regra geral, com a presença da mulher do Presidente da República, e era um ato de beneficência às crianças internadas no albergue das crianças abandonadas e doentes dos hospitais civis. Esta iniciativa tomada pela administração, era destinada à angariação de dinheiro, brinquedos, livros e roupas para serem distribuídos às crianças do albergue, fundado em 1897 pelo chefe da polícia Morais Sarmento. Com o patrocínio do ‘Diário de Notícias’, que se associou à ideia desde o início, foi colocada, no primeiro andar do Cinema São Jorge, uma árvore com três metros de altura e, junto da mesma, uma bota destinada a recolher os donativos – todos anónimos – até ao final do ano. No fim de cada dia, os funcionários retiravam o dinheiro doado e guardavam-no no cofre do Cinema. Na véspera de Natal, as crianças do albergue tinham direito a uma festa: sessão de cinema gratuita, seguida da distribuição dos brinquedos. O sucesso da iniciativa foi tal que a Árvore de Natal voltou ao São Jorge nos anos seguintes, crescendo em prestígio e donativos.

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1965

5 de janeiro

A atual Sala Rank, com apenas 21 lugares, dos quais, atualmente, as cadeiras da última fila são as originais, era usada pela Comissão de Exame e Classificação de Espetáculos durante o período do Estado Novo para controlar os filmes que passavam por Portugal, decidindo se seriam censurados ou não. A justificação à censura era muitas vezes a mesma – “a bem da nação”.

A 5 de janeiro de 1965, é enviada para a Rank uma notificação levantando a suspensão do filme ‘Hard Day’s Night’.  É claro que com condições, como a classificação para maiores de 17 anos, apesar de em todo o mundo a sua classificação ser de 6 anos, e, não escapando ao corte, vários momentos do público em euforia durante atuações dos Beatles foram eliminados do documentário, com o argumento de que apresentavam “atitudes descompostas e esgares”.

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1965

11 de março

Estreia, finalmente, na sala do São Jorge, o documentário ‘Hard Day’s Night’, ou em boa tradução portuguesa, ‘Os 4 Cabeleiras do Após Calypso’ – no cartaz podia-se ler: «Um conselho sensato: Adquira já os seus bilhetes para qualquer dos espetáculos das próximas semanas… Assim evitará dissabores!».

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1972

A Lusomundo tenta, sem sucesso, comprar o Cinema São Jorge. É a primeira de muitas tentativas que permanecerão sem efeito.

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1974

17 junho

A Sociedade Anglo-Portuguesa de Cinemas pede à Câmara Municipal de Lisboa para que «lhe seja concedida autorização para, no interior daquele Cinema, serem efetuadas obras destinadas a transformar a atual sala de espetáculos num complexo de três cinemas» num investimento de cerca de quinze milhões de escudos. Contudo, a Câmara não deu deferimento ao pedido.

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1974

8 de agosto

Estreia do filme “O Último Tango em Paris” (1972) de Bernardo Bertolucci, censurado pela Comissão de Exame e Classificação de Espetáculos.

 

Esgota durante os dois meses seguintes, «com uma fila enorme que subia o passeio na direção do Hotel Tivoli», e permanece em exibição no São Jorge durante seis. No cartaz: «Este filme contém cenas eventualmente chocantes», assinado pela Direção dos Serviços de Espetáculos. A imprensa muito teve a dizer sobre a exibição deste filme – «Desassombrada bofetada no convencional modo de nascer, crescer e morrer, este filme constitui um documento urgente e bem-vindo por tudo isso. E pelo resto», escreveu João Alves da Costa no ‘Diário Popular’. Lamentava ainda Carlos Plantier, nas páginas do diário ‘O Século Ilustrado’, «Sabíamos de antemão que a cena da sodomia, ‘a da manteiga’, era, de todas, a esperada com maior ansiedade, mesmo com um nervosismo quase histérico. (…) Aconteceu o que esperávamos: um chorrilho de gritos, apupos, incitamentos e alarvidades. Pena. Como se o filme fosse só isso».

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1980

17 de março

O pedido para transformar o Cinema num complexo de três salas é renovado e, desta vez, a CML aceita.

 

O projeto é da autoria do engenheiro Artur Pinto Martins – «Tem-se verificado nos últimos anos que os cinemas de grandes dimensões começaram a ter problemas graves de exploração, por razões que não sendo da nossa especialidade nos dispensamos de descrever. Assim, os recintos de espetáculos têm evoluído, caindo em desuso as grandes salas que deram lugar a espaços menores, tipo estúdio; estes vêm de novo assegurar pelas suas dimensões e características, conjugadas com a conveniente forma de exploração a rentabilidade necessária».

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1980

9 de abril

O arquiteto Luís Caetano, da Câmara Municipal de Lisboa informa que – «Apesar de lamentarem que mais uma sala pública de tantas tradições em Lisboa seja modificada, compreendem estes Serviços as razões que sustentam o presente processo. Assim, não vê inconveniente nas alterações pretendidas fazendo notar, no entanto, que o respetivo deferimento está sujeito à apreciação da Direção Geral dos Espetáculos». Mais tarde, o projeto é aprovado pelo Conselho Técnico da Direção-Geral de Espetáculos.

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1981

17 de junho

Encerramento do São Jorge para a transformação num complexo em 3 salas de cinema, «reabrindo em meados de setembro próximo». Até este momento, o Cinema tinha recebido 21 milhões de espectadores.

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1981

25 de setembro

Reabertura do Cinema com a estreia de três filmes em cada Sala.

 

O filme ‘007 – For Your Eyes Only’ estreia na Sala 1 com a presença do ator Roger Moore. O ‘Diário de Lisboa’ dava conta disso – «Três filmes de invulgar interesse assinalam o início do novo capítulo na vida do Cinema São Jorge».  Na Sala 2 estreava o filme La Terrazza de Ettôre Scola, e na Sala 3 True Confessions (A Absolvição) de Ulu Grosbard com Robert De Niro.

As obras de remodelação representaram um investimento de 27 500 contos.

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1986

12 de julho

A Rank Organisation abandona 75 por cento do capital do São Jorge, e vende a sua quota à empresa norte-americana Cinema International Corporation. O capital português é adquirido por Simão Fernandes.

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1990

A Cinema Internacional Corporation solicita à CML autorização para nova alteração do cinema. O projeto é proveniente do gabinete do Arquiteto Manuel Guilherme Pardal Monteiro Magalhães e propõe a manutenção da fachada do edifício e a “total demolição” do seu interior, transformando-o num espaço multifuncional, dotado de pequenos cinemas (ou auditórios), escritórios, áreas comerciais e estacionamento. Na proposta de ocupação lê-se – «Atualmente verifica-se que o seu interior foi completamente alterado e adulterado, tendo sido implantados três mini-cinemas, sem qualquer critério, perdendo-se totalmente a coerência inicial do edifício, apresentando uma frequência de baixo nível, acentuando-se francamente a degradação do conjunto e da sua atividade fundamental, em contraste evidente com um dos locais mais nobres da cidade».

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1992

O projeto é reprovado pelo IPPC – Instituto Português do Património Cultural, depois de uma primeira rejeição por “informação deficiente” – «Entende-se que os valores culturais em jogo aconselham um prévio aprofundamento das hipóteses possíveis de intervenção no edifício».

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2000

Agosto

É celebrado o contrato de promessa compra e venda entre a Cinema Internacional Corporation e a Euroamer, criada em 1997 pelo jornalista Artur Albarran em parceria com Frank Carlucci, Embaixador dos Estados Unidos da América em Portugal, e Bill Hasselburger.

 

O público era cada vez menos no São Jorge, e a Cinema Internacional Corporation não conseguindo reverter a situação, deixou de ter interesse em ser detentora do Cinema.

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2000

Setembro

O Estado e a Câmara Municipal de Lisboa, que detêm direito de preferência na compra do São Jorge – prevista na Lei do Património Cultural – indicam que não pretendem exercê-lo.

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2000

29 de novembro

Encerramento do Cinema São Jorge com a exibição do filme “Terra-Campo de Batalha”, de Roger Christian.

 

– Euroamer comunica ao IPPAR – Instituto Português do Património Arquitetónico, que vai ceder à Velvet os seus direitos no negócio do São Jorge.

No jornal ‘Público’, lia-se «Este encerramento, aliado ao desaparecimento do Cinema Éden e ao facto do Cinema Condes estar semi-abandonado à espera de destino, fez com que a Avenida da Liberdade, uma das principais artérias da cidade, morresse para o comum transeunte».

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2001

4 de janeiro

O Presidente da CML, João Soares, anuncia que a Câmara vai exercer o direito de preferência sobre o Cinema São Jorge, mesmo sem a parceria do Ministério da Cultura e do IPPAR. Quer «devolver ao São Jorge o estatuto de grande sala de espetáculos” e de “polo dinamizador da Avenida da Liberdade». A compra é efetuada por um milhão de contos (5 milhões de euros, na altura).

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2001

24 de novembro

Reabertura do Cinema São Jorge, após uma intervenção no edifício, quer a nível da fachada, quer a nível do interior.

 

O filme Quem és tu?, uma adaptação da obra Frei Luís de Sousa de Almeida Garrett, de João Botelho deu início à nova vida do São Jorge. A compra do Cinema pela CML marcou o fim do cinema comercial neste espaço e abriu caminho para o cinema português e independente.

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2003

Abril - Outubro

A gestão do São Jorge é entregue à EGEAC – Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural – e passa a ter a sua programação articulada com os restantes equipamentos culturais de Lisboa.

 

O Cinema São Jorge acolhe, pela primeira vez, Monstra – Festival de Cinema de Animação de Lisboa, na sua 3ª edição.

 

O Cinema São Jorge passa a acolher a Festa do Cinema Francês, então na sua 4ª edição, iniciando uma estreita relação.

 

 

 

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2004

24 de setembro

Arranque da primeira edição do IndieLisboa, parceiro sólido e de longa data do Cinema São Jorge.

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2006

Junho - Setembro

Reabertura do Cinema São Jorge, com a festa de lançamento do Lisbon Village Festival – 1º Festival de Cinema Digital da Europa.

 

O São Jorge passa a acolher o Queer Lisboa (então Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa), a partir da sua 10ª edição.

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2007

Setembro - Outubro

Arranque da primeira edição do fulgurante MOTELX – Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa.

 

O Cinema São Jorge passa a ser uma das casas regulares do Doclisboa, então na sua 5ª edição.

 

Obras de beneficiação das Salas 2 e 3, que passam a poder acolher programação mais diversificada, nomeadamente concertos, conferências, lançamentos de discos e livros, stand-up comedy, etc.

 

 

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2009

Janeiro - Março

Antestreia portuguesa do filme Quem Quer Ser Bilionário, de Danny Boyle, que arrebataria 8 Óscares, entre os quais Melhor Filme e Melhor Realizador.

 

26 de março. Tito Paris sobe ao palco do Cinema São Jorge para um concerto único com Bernardo Sassetti, acompanhados pela Orquestra Metropolitana de Lisboa.

 

Estreia do Ciclo Internacional Novos Cinemas de África.

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2010

25 de novembro

Início da primeira Mostra de Cinema da América Latina, coproduzida com a Casa da América Latina de Lisboa.

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2011

28 de abril

Inauguração da Sala Manoel de Oliveira (Sala 1) com a presença do próprio realizador.

 

«Estou muito sensibilizado e é algo que nunca esperei, não sou o melhor, sou sim o mais velho cineasta, e é só por essa razão que dão o meu nome a uma sala do São Jorge, o que vai deixar os meus bisnetos muito contentes», Manoel de Oliveira. A cerimónia também contou com a exibição do seu filme mais recente “O Estranho Caso de Angélica” de 2010, justamente nessa sala.

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2012

Fevereiro - Junho

Antestreia do filme Star Wars – A Ameaça Fantasma, em versão 3D.

 

Antestreia do filme Tabu, de Miguel Gomes, multipremiado e aclamado pela crítica nacional e internacional.

 

Arranque da 1ª edição do SAL – Surf At Lisbon Film Fest, um dos festivais que rapidamente se consolida no Cinema São Jorge.

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2014

Fevereiro - Junho

Início da primeira edição do PLAY – Festival Internacional de Cinema Infantil e Juvenil de Lisboa.

 

O Cinema São Jorge acolhe a 1ª edição do festival Olhares do Mediterrâneo.

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2015

Junho - Dezembro

Primeira edição do AR – Mostra de Cinema Argentino.

 

O Cinema São Jorge acolhe pela primeira vez o Muvi – Festival Internacional de Música no Cinema, então na sua 2ª edição.

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2016

Junho

Inserido no programa oficial das Festas de Lisboa, o Lisbon Motorcycle Film Fest organiza a sua primeira edição no Cinema São Jorge.

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2017

12 de janeiro

Arranque do 4º Congresso dos Jornalistas Portugueses, depois de 18 anos sem qualquer reunião magna da profissão.

 

O Cinema São Jorge assume temporariamente a gestão do renovado Cineteatro Capitólio, antes da sua concessão ser decidida em concurso público.

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2018

Abertura da Sala Rank, depois de obras detalhadas de recuperação do espaço.

 

Substituição do projetor da Sala Manoel de Oliveira.

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2019

Junho e Julho

O Cinema São Jorge acolhe pela primeira vez o Arquiteturas Film Festival, na sua 7ª edição.

 

Realização da primeira Mostra de Cinema do Brasil em Lisboa.

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2020

Janeiro - Setembro

Realização de obras estruturais na Sala Manoel de Oliveira, destinadas à substituição integral do sistema de som, hoje totalmente renovado e adaptado às exigências do cinema digital.

 

Arranque das atividades do Afim de Filmes – Projeto Educativo do Cinema São Jorge.

 

O Cinema São Jorge acolhe pela primeira vez o Festival Mental, então na sua 4ª edição.

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2021

Setembro - Dezembro

O Cinema São Jorge participa na iniciativa Open House da Trienal de Arquitetura de Lisboa.

 

Primeira edição da Mostra-me – Mostra de Cinema de Direitos Humanos, organizada pela Amnistia Internacional.

 

O CineFiesta – Mostra de cinema integrada na Mostra Espanha, regressa ao Cinema São Jorge.

 

O Cinema São Jorge acolhe a 1ª edição do Outsiders – Mostra de Cinema Independente Americano.

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2022

Fevereiro - Outubro

Estreia do espetáculo Cinema Medo, primeira experiência de teatro imersivo neste espaço, promovido pelo Cinema São Jorge e com criação do teatro Reflexo.

 

Substituição do projetor da Sala 3.

 

O Cinema São Jorge acolhe o Festival WOMEX 2022, sendo um dos locais fulcrais da programação deste importante encontro dedicado às Músicas do Mundo.

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2023

13 de janeiro

Primeira edição do CICLOPE – Ciclo de Primeiras Estreias, evento promovido pelo Cinema São Jorge para dar visibilidade ao trabalho de cineastas estreantes.

 

 

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2024

Janeiro

18. O Cinema São Jorge volta a acolher, 7 anos depois, o 5º Congresso dos Jornalistas Portugueses, com programação inserida nas Comemorações dos 50 anos do 25 de abril.

 

26. 2ª edição do CICLOPE – Ciclo de Primeiras Estreias. O Cinema São Jorge volta a promover um evento para dar visibilidade ao trabalho de cineastas estreantes.

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O Cinema São Jorge abriu portas a 24 de fevereiro de 1950, e desde então afirmou-se como uma das mais emblemáticas salas de cinema da capital portuguesa, mantendo a sua vitalidade. E projetando o futuro.

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