Cine – concerto: Os Olhos de Alma com Surma

«Numa comunidade da orla costeira, dois clãs – um pequeno mas influente, formado pelos proprietários dos barcos; outro maior e de baixos recursos de pescadores – cujas traineiras saem incansavelmente para o mar. Sobre uma intriga de ódios, rivalidades e paixões, paira um terrível segredo…». Foi assim que este filme foi promovido há 100 anos, quando estreou. O seu objectivo era a exaltação da “alma lusa”, apesar do seu realizador ser francês. Roger Lion foi um dos três franceses pioneiros de um cinema português nos seus primórdios, juntamente com Maurice Mariaud e Georges Pallu. “Os Olhos da Alma” tem pancadaria, traições, assombrações, moinhos descontrolados e uma dimensão épica já ao nível de filmes como os de D.W. Griffith ou Victor Sjostrom. Nota final para a produtora deste filme – Virgínia de Castro e Almeida – uma das heroínas do nosso cinema poucas vezes louvada ou mesmo referida.

Portugal, 1923

Realizador: Roger Lion