Retrospetiva Áustria: Paul Wenninger

• Sessão de festival
• 60'

Trespass

“Transgredir” pode significar uma intrusão, mas também pode ser uma entrada não autorizada, ou em termos jurídicos, “uma perturbação doméstica”. ‘Trespass’ (2012), o filme de animação de dez minutos de Paul Wenninger joga com todos estes significados, neste tour de force tecnicamente impressionante, variado e preciso.

Uncanny Valley

Em ‘Uncanny Valley’ (2015) experienciamos a intensa batalha, física e psicológica, entre os soldados desesperados da Primeira Guerra Mundial. Este filme desenvolve uma dramaturgia da imagem interrompida, uma imagem gaguejante que interrompe a estrutura narrativa da sequência. Cada frame deste live-action de animação revela o seu próprio momento detalhado e doloroso, resistente à imagem sintética da história. O ponto culminante desta performance narrativa revela a futilidade entorpecida, a agonia do conflito e da sobrevivência, a descoberta da fraternidade e a loucura de tudo isto.

Dead Reckoning

Uma meditação sobre azar. Duas instâncias animadas da mesma personagem interagem enquanto este segue a máxima: “Come, bebe e sê feliz, pois amanhã estaremos mortos”. Representado de forma tangível num live-action pixelizado, a nossa personagem aventura-se pela cidade. Depois de enfrentar tempos difíceis, uma nova instância desenhada, desta vez da sua mortalidade, guia-o até ao destino final.

O

Um dançarino tornado cineasta evita movimentos desnecessários numa moradia na Bretanha, incorporando um estado descrito por Paul Virilio como “Inércia Polar”. Paul Wenninger perpetua-se, imagem atrás de imagem, mantendo-se, no entanto, imóvel num salão inicialmente vazio com as suas costas perpetuamente voltadas para a parede, e, acima de tudo, para as janelas. O tempo passa enquanto a relação entre o exterior e o interior é abalada, mesmo que as vistas exteriores, concedidas ao espetador, consistam sobretudo em projeções: árvores, praias, parques gravados em time-lapse.

Slow as Light

Em interação com ‘Engelsam, en jeu’, uma obra coreografada por Katja Fleig em 2018, o filme explora as facetas expressivas e irregulares de um encontro de corpos capturado na vida real e simultaneamente visto através do prisma de uma construção imaginária transcendente.