Serei como este figo podre

São imagens lentas de abandono, destruição e decadência. É um documentário sobre as minhas as minhas crises depressivas, que me enchem de ansiedade, fobia 
social, tristeza e avassaladora incapacidade. São quase seis minutos sobre meses de angústia e claustrofobia

Emanuel Amorim nasceu em 1985 em Setúbal, onde vive e trabalha. Frequentou Letras, mas não terminou o curso. Escreveu vários contos ao longo dos anos, que foram publicados na Flanzine, na Enfermeira 6 e em blogues pessoais ou colectivos. Continua a tentar escrever ficção literária, mas não tem conseguido. Perante essa incapacidade, aproximou-se da fotografia para se expressar artisticamente. Começou por fotografar espontaneamente objectos abandonados e pessoas em autocarros. Quando percebeu as potencialidades que a fotografia lhe trazia, deixou de fotografar tão despreocupadamente e começou a dar corpo a projectos intencionais. Em 2022, enquanto estava de baixa médica por depressão e ataques de ansiedade paralisantes, 
fotografou para se manter à tona. Desse período de três meses, nasceu o zine fotográfico O paciente só poderá ausentar-se do domicílio para tratamento. Inscreveu-se no curso de documentário fílmico no Kino-Doc, que resultou no documentário “Serei como este figo podre”. Em 2023 fez a “Oficina Fujifilm Narrativa – Iniciação à Fotografia”, que culminou com a concretização do ensaio fotográfico “Mas eu sou daqui, não sou?”. Transformou ainda uma frustrada pesquisa de território para fotografar o seu próximo projecto fotográfico, num ensaio sobre desamor, em “Pensei que tinha chegado a casa, mas afinal era um abrigo temporário”. É um dos participantes da Masterclass Narrativa 2023/24 em que desenvolverá um projecto fotográfico sobre a sua infância e a cidade de Setúbal